Tal pai, tal filho
Hoje estou um bocado chateado. Aliás, muito chateado.
Vim agora do centro comercial e encontrei uma imagem da “família do futuro” a lanchar, pai e filho.
O pai com aproximadamente 35 anos, 1,75m e 120 kilos.
O filho com aproximadamente 11 anos 1,40m e 80 kilos.
Não me digam isso, porque estavam os dois a comer hamburguers a transbordar de maionese, que já tinha pingado para as calças do rapaz.
A maionese com carne vinha embrulhada num pão que trazia sementes de sésamo para induzir àquela bebida açucarada que vem em copos de quase meio-litro.
Para acompanhar um pacote de batatas fritas carregadas daquele molho parecido com molho de tomate ao olho humano.
Para finalizar um gelado coberto com um molho de chocolate.
A refeição do rapaz tinha mais calorias do que ele necessita para uma semana, já que o maior desporto que fez nos últimos meses terá sido agitar os braços depois do Ricardo ter defendido um penalti contra os ingleses.
Para mim dar estes tratos aos filhos é dar maus tratos e deve ser visto da mesma forma que as agressões físicas.
Acreditem que não digo isto por não perceber o quanto pode ser difícil emagrecer. É exactamente pelo contrário. É porque também eu tenho muitas dificuldades e só com muito sacrifício e muito apoio da Patrícia é que vou mantendo um peso aceitável, é que me revolto com estas situações.
Perdoem-me se hoje não estou muito divertido mas...
Os pais têm a obrigação de dar uma educação alimentar aos seus filhos.
4 Comments:
Concordo perfeitamente. Mesmo assim, nós cá em Portugal ainda temos alguma "sorte", pq temos a tradição de comer sopa (muito embora tal vá sendo cada vez menos comum). E a sopa é muito importante quer seja pelo teor nutritivo, quer pelo facto de servir de cama para o segundo prato e ajudar a saciar a fome do início da refeição. Qd se vai lá fora vê-se crianças ainda no carrinho, que ainda não andam sequer e que já vão agarrados a comer um pacote de batatas fritas familiar (sim dos grandes). É triste... Sopas só as de pacote e fruta é para esquecer.
eu acho que devíamos ter carros movidos a gordura! Até porque os preços da gasosa estão pela hora da morte.
Imagino os pais com os putos gordos na parte de trás do carro, ligados com uns tubinhos a depósitos de banha instalados nos carros.
O tratamento/controlo de um distúrbio alimentar já é demasiado complicado qd a doente está motivada para a cura, portanto é virtualmente impossível qd a doente não só não está motivada, como nem sequer reconhece que está doente. Enquanto amiga, acredito que seja muito complicado ver alguém de quem se gosta matar-se pouco a pouco, mas a cura parte dela. O que tu podes fazer é tentar levá-la a uma consulta de doenças do comportamento alimentar no Hospital de Santa Maria (funciona todas as 4ªs a partir das 13h) e esperar que ela aos poucos se vá motivando e vá percebendo que a vida não tem de ser assim, que o conforto da doença é uma ilusão. Os médicos lá são excelentes e ela vai ter o acompanhamento que necessita. Se quiseres dá uma vista de olhos em www.comportamentoalimentar.pt.
É sobretudo um problema de consciencialisação. As pessoas gordas e doentes fazem gerar várias indústrias sem escrúpulos que lucram centenas de milhões com a desgraça do ser humano, ser esse que muitas vezes se comporta como um rebanho "Maria vai com todas" que vai proporcionar a máxima satisfação de muitos governos, um dos quais o nosso.
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